quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Ventilador de teto cai durante aula na UFPA

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 Foto: João Loureiro
Na manhã desta quinta-feira 31 de janeiro, Ádria Azevedo, 32 anos, psicóloga e estudante do curso de jornalismo da UFPA, por pouco não foi atingida por um ventilador que desabou do teto durante a aula de Teorias da Comunicação. Segundo testemunhas, esse problema é comum dentro dos blocos do campus básico da universidade.
Há muitos anos a Universidade Federal do Pará vem enfrentando sérios problemas estruturais, seja pela facilidade de acesso que potencializa atos criminosos, como pela precária estrutura de seus prédios.
Dentre os fatores que compõe a extensa lista de reclamações dos alunos está a precariedade estrutural das salas de aula. Segundo o relato da universitária o acidente foi ocasionado, também, por outro problema: a baixa qualidade de refrigeração das salas. “Eu sentei perto do ventilador por estar calor dentro da sala, de repente eu só ouço um barulho e vejo o ventilador jogado no chão com as palhetas ainda girando aos meus pés. Felizmente não me aconteceu nada de grave, mas o susto foi grande”. O problema é antigo e outros acidentes como este já aconteceram, é o que afirma Lidyane Albin, 29, também estudante de jornalismo, “outro dia foi parte do forro de uma sala no bloco G que desabou sobre a cabeça das pessoas” desabafa a estudante indignada com a situação. 
Segundo Valdenir Sarmento, coordenador do CPGA (Coordenação de Planejamento, Gestão e Avaliação) e responsável pela manutenção das salas do bloco F onde o incidente aconteceu, esses problemas são consequência do desgaste dos aparelhos de ventilação do local “esses ventiladores já estão aí desde o início da minha gestão que já faz quatro anos e, para piorar a situação o material usado para sustentação do forro é altamente corrosivo, o que acaba contribuindo para oxidação desses aparelhos”. Além disso, a universidade conta com apenas uma empresa de manutenção de refrigeração para todos os campis do estado do Pará.  O que certamente influencia na fiscalização ineficaz dos refrigeradores, ocasionando problemas de naturezas diversas. Devido ao encerramento do contrato, no momento, a instituição encontra-se sem responsáveis por essa manutenção. “Por enquanto estamos tomando medidas paliativas, o que eu posso fazer nesse caso é tomar uma medida emergencial que é mandar retirar todos os ventiladores de dentro das salas para evitar que novos acidentes ocorram” frisa o coordenador.
Resta-nos cobrar da Universidade a distribuição e aplicação adequadas das verbas que lhe são destinadas, para que acidentes como estes sejam evitados. Para uma instituição como a UFPA, considerada uma das melhores do país e onde circulam cerca de 50.000 pessoas todos os dias, preservar a integridade física dos estudantes e funcionários é o mínimo a ser garantido.

A seguir, confira o registro sobre o caso e o depoimento da aluna Ádria Azevedo:


Texto de Beatriz dos Santos e Lais Cardoso
Edição Juliana Theodoro

domingo, 27 de janeiro de 2013

Tragédia em Santa Maria, um Brasil todo de luto!


Um país diverso. Cada estado tem características, clima, fala; tudo muito próprio, quase sendo pequenos países dentro de um país maior. Não é a toa que o Brasil é quase um continente devido a sua extensão. Distâncias contadas em milhas e milhas. Uma diversidade!
Diverso em sua cultura. Tão diverso que às vezes se pergunta "qual é a capital que mais tem cara de Brasil?" Que faz acender uma disputa saudável, seja no futebol, na música, na dança, na culinária, etc., mas em uma coisa todo brasileiro se assemelha: na solidariedade.
Quem não se comoveu com a tragédia de Santa Maria, que fica lá no Rio Grande Sul? Lá na pontinha do país. Para nós, que somos paraenses, mais longe fica. No entanto, é uma distância totalmente espacial, totalmente física. Esquecem-se as peculiaridades e aí se parecem tão iguais. Uma só família, unidade, mesmo.
Vimos a solidariedade às famílias destes mais de 200 jovens que morreram nesta madrugada na Boate Kiss, onde ocorria uma festa. As redes sociais estavam cheias de apelos, fotos, links que redirecionavam a matérias ou a sites que disponibilizavam telefones úteis. Este foi o melhor canal para encurtar a distância.
Quem hoje não sentiu vontade de estar lá e derrubar aquelas portas e retirar um a um enquanto havia tempo? Quem não quis apagar o fogo que consumia a boate? Quem não quis ajudar, ao menos, na retirada dos corpos, na identificação deles? Quem não quis abraçar aqueles familiares e amigos? A vontade era de atender os celulares, um a um, e dizer: “Calma, vai ficar tudo bem”, mas será que realmente fica?
São tantas perguntas, e eu não tenho respostas para nenhuma delas. A única coisa que se pode fazer, agora, é rezar/orar/conversar cada um com Deus, Deuses ou com a entidade em que se acredita e se não se acredita em nenhuma delas, é se comover com as famílias e esperar. Esperar que o consolo e a paz atinjam o coração e as vidas de cada uma delas. Esperar que a ajuda seja o suficiente e que a assistência ampare cada um que está vivendo esse embate. Espera-se também que este lamentável caso sirva de alerta à sociedade, aos que promovem festas, aos que pensam em superlotar as casas noturnas e não se preocupam em equipá-las melhor, em sinalizar as saídas de emergências.
Desejamos mais saídas e menos entraves. O desta noite? A insegurança, possivelmente os seguranças que impediram a saída imediata, os banheiros que naquele momento eram tão parecidos com as saídas. Os das demais noites? As inseguranças nas casas noturnas, nas ruas, nos bancos, nas escolas, universidades, na sua casa e na minha. Segurança nunca é demais.
O Brasil é um país cheio de peculiaridades, mas em um caso como esse, esquecem-se os times, as predileções musicais, esquece-se tudo. A dor dos familiares dos mortos de Santa Maria é a mesma dor de um Brasil todo, que lamenta e se solidariza! Hoje há uma Santa Maria em cada realidade existencial.

Ajude!
Precisam de médicos, enfermeiros, psicólogos.
Ligue (55) 9155-2087.
Doação de sangue URGENTE.
Endereço: Av. Pres. Vargas, 2291 - Santa Maria - RS.
DOAÇÕES - Santa Maria precisa de água em garrafinhas, luvas descartáveis, álcool gel, papel higiênico.
Ligue (55) 9155-2087
Doação de sangue
Hemocentro de Porto Alegre, no RS. Av. Bento Gonçalves, 3722 - Partenon. Telefone: (51) 3336-6755
                                                                                                 
Texto: Emanuele Corrêa
Revisão: Laís Cardoso
Edição: Juliana Theodoro.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Belém e suas nuances


Reprodução Google
       Belém completou 397 anos no último 12 de janeiro, e certamente reafirmou seus títulos de Cidade das Mangueiras, terra do açaí, das praças e dos palacetes. Mas a cada novo ano que completa, a capital paraense sofre mudanças significativas. Orgulho de alguns e desapontamento de outros. 

Os diversos títulos que a cidade recebe são consequências de um patrimônio histórico herdado dos séculos em que foi construída.  Os grandes palácios e casas antigas remetem a um período de extrema importância para a história de Belém, bem como as praças, ruas e pontos turísticos dignos de cartões postais.

A Belle Époque nunca seria a mesma se os mínimos detalhes de cada construção não tivessem sido minuciosamente pensados. Desde a estrutura arquitetônica às cores e luzes. Tudo fazia parte de uma áurea que transparecesse o tão sonhado progresso europeu. Alguns séculos se passaram e essa mesma imagem parecia intacta. No entanto, o século XXI entrou em cena com o progresso tecnológico e capitalista. Não que o capitalismo já não existisse antes, hoje apenas criou-se um codinome: conveniência.

É, talvez seja isso. Talvez o tão conhecido Ver-o-Peso, que já foi cenário de filmes, novelas e documentários, que já foi registrado de maneira singular e latente na memória da população brasileira, hoje precise ser pintado de vermelho. Quem sabe também seja essa a explicação para o fato de as pessoas passarem por ali e não perceberem que isso esta acontecendo aos poucos - ou percebem, mas nada fazem - nem ao menos se incomodam com tamanha descaracterização. 

Não muito distante dali, milhares de pessoas passam diariamente no Bairro do Comércio, lugar onde se concentram várias construções das primeiras décadas de Belém. Muitos casarões que compõe as ruas mais famosas do comércio perderam sua característica.  Detalhes artísticos e de composições bucólicas hoje dão lugar a cores fortes e letreiros extensos. Capitalismo, conveniência... Tudo é valido para chamar a atenção do consumidor.

Será que Belém chegará aos seus 400 anos ainda com os seus famosos epítetos? Terra do açaí? Então por que esta se tornando cada vez mais difícil de comprar? Por que está tão caro se é um dos principais itens na mesa do paraense? Se somos a Terra do Açaí, no mínimo deveríamos ter condições de comprá-lo. 

Cidade das Mangueiras? Quase não temos árvores! E as poucas mangueiras ameaçam cair de tão antigas que são. E as nossas praças? As que são de interesse de alguns, vez ou outra recebem manutenção.

A mudança, sendo boa ou ruim, vende a ideia de progresso. É a velha historia do contentar-se com o que tem. Mas será isso a prova de que precisamos de um progresso de Estado ou o que precisamos mesmo é de um progresso social?

Texto de Beatriz dos Santos Pastana

sábado, 12 de janeiro de 2013

Belém da memória


                                                                        Imagem da internet
Morena dos cabelos pretos, lisos e longos. Morena da pele de barro molhado, dos olhos cor de manga. A morena que já foi sinhá e madame famosa, que se vestiu da seda mais delicada e usou das pedras mais bonitas. Senhora que já viu seus filhos lutarem por ela; e morrerem em seus braços.
        Tuas praças, tuas florestas, teus lindos campos, teus bosques cheios de vida, teus casarios marcados pelo tempo, teu calor escaldante e tua chuva das 14, 15, 16, de toda hora. Cada canto é um retrato da história. Cada história, um pouco de ti.
          Essa cidade, a nossa tão formosa Belém, é repleta de belezas e encantos que muito prendem os olhos e os corações, desde aqueles que a veem pela primeira vez até os mais habituados à paisagem. Uma cidade de uma riqueza histórica imensa! São preditos, palacetes, casas, igrejas, monumentos que são como ornamentos vindos de outros tempos para ataviar essa senhora de quase 400 anos! Quem nunca, passeando pelo centro histórico, contemplando as maravilhas erigidas outrora, viu com êxtase as volutas, os detalhes, os símbolos, a delicadeza, a perfeição? Uma cidade assim, de valor tão grande, merece (não apenas em seu aniversário, mas sempre) uma constante evocação do seu passado. A fim de que sua memória não fique perdida e se desfaça entre as novas e instantâneas construções que se erguem, hoje, na cidade que chove mangas.
         Neste sábado, 12 de janeiro, nossa queridíssima e amada Belém envelhece mais um pouco. São 397 anos (tá ficando velha hein) de uma história repleta de conquistas e derrotas. Tudo isso, evidentemente, graças aos esforços incansáveis (cof, cof) dos departamentos competentes que trabalham dia após dia com o intuito de aliviar e amenizar os sofrimentos naturais do nosso povo. Povo este que é bom de temperamento, generoso por natureza, e está sempre disposto a colaborar; com um sorriso de saudável estoicismo, para o aumento constante do nosso produto nacional bruto. E para comemorar os 397 anos dessa nortista gostosa, que até Manuel Bandeira queria bem, Os Apocalípticos inicia uma série de matérias especiais, para mostrar e contar um pouco mais de Belém, por meio da sua história, presente em cada monumento arquitetônico com que o tempo nos presenteou. E, cá entre nós, de Belém nós entendemos. Fiquem de olho!

Texto: Tarcízio Macêdo e Sérgio Ferreira.

domingo, 6 de janeiro de 2013

Dia de listão: ovos, trigo e lágrimas


E para abrir 2013, trazemos a nossa primeira matéria falando, é claro, da nossa amada UFPA. Este último sábado, dia 5, foi inesquecível para 7.414 novos universitários. O listão de aprovados no processo seletivo 2013 da Universidade Federal do Pará foi divulgado tradicionalmente nas rádios paraenses às 10 horas e, às 10h30min, no site da universidade.
O processo seletivo ofertou 8.614 vagas em mais de 170 cursos em Belém e no interior. Teve como curso mais concorrido entre os cotistas, Educação Física, e entre os não-cotistas, Medicina.
E como Os Apocalípticos não dispensam uma festa, nós mostraremos agora para vocês tudo que rolou durante a liberação dos resultados na maior universidade do norte.

Texto: Juliana Theodoro
Revisão: Laís Cardoso
Edição: Emanuele Corrêa